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7.3.13

Reformulação da Grade do Ensino Básico no Estado de São Paulo

         

         Tornar o Currículo escolar “mais atraente”. Esse é o argumento que a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo tem ao seu favor, ao levar a cabo a reformulação da grade do ensino básico, do 1º ao 5º ano.

    Nos três primeiros anos, as disciplinas de Ciências, História e Geografia serão completamente retiradas da grade; nos demais anos, drasticamente reduzidas. Ainda segundo a Secretaria da Educação, supervisores e dirigentes teriam iniciado esse processo de reformulação. É irônico, reformulação desse tipo ser estimulada por trabalhadores da área da educação, pois demonstra claramente as opções dos envolvidos, principalmente no que diz respeito ao papel que eles desejam que a educação pública exerça: Uma educação escolar alienante e tecnicista.

    Eles parecem não estar a par da crítica já antiga à segmentação das disciplinas, que faz com que em sala de aula os conhecimentos pareçam dissociados um do outro e distantes da nossa compreensão, por não parecerem relacionados com a realidade;

    Paulo Freire, teórico da educação cuja obra é reconhecida no mundo inteiro, defendia que a aprendizagem não consiste na transferência de conhecimento, mas na construção do mesmo pelos próprios educandos, por sua curiosidade epistemológica, que deve ser estimulada pelo educador; e que o aprendizado não é fruto apenas desse currículo formal que hierarquiza os conhecimentos, mas que na verdade acontece em todos os ambientes, em todas as relações. Como estimular a curiosidade dos educandos para que eles sejam os sujeitos de sua aprendizagem, com essa grade engessada e que contraria qualquer concepção coerente de educação?

    Essa reformulação hierarquiza os conhecimentos, colocando português e matemática quase que como os únicos importantes para os educandos do ensino fundamental; apresenta uma visão simplista sobre o problema do ensino, como se apenas aumentar a carga horária desta ou daquela disciplina fosse suficiente; faz com que a escola cada vez mais apenas “treine” os educandos para fins determinados (mercado de trabalho) em prejuízo de uma educação para a formação integral do sujeito, de uma educação que entenda que os conhecimentos são inter-relacionados, indivisíveis.

    Quanto ao argumento da Secretaria de Educação sobre a finalidade da reformulação, resta imaginar que educando ficaria mais interessado por uma grade de carga horária menos variada e mais extensa.

    Educação para os envolvidos nesse processo de reformulação, parece ser aquela demonstrada no clássico clipe de Another brick in the Wall, do Pink Floyd, em que os alunos estão sendo levados por uma esteira industrial, de máscaras, sem história, sem vontades, sem emoções, sem expressão, revelando a educação escolar e a formação dos sujeitos como um processo de linha de produção. Pessoas sendo formadas como produtos, importando apenas as saídas, nesse nosso caso os índices, as notas.

    A educação escolar, reconhecidamente fracassada, agora na rede pública de São Paulo embarca nesse movimento que vai piorar seus já desproporcionais aspectos negativos. É necessário cobrar dos responsáveis um posicionamento sincero: quais serão os interesses desse governo para a educação formal pública? Melhores resultados do Saresp, desconsiderando a aprendizagem de fato?


    Cabe a nós a decisão: Vamos permitir a deterioração cada vez maior da educação escolar pública em nome de números e índices, ou vamos lutar pela melhoria de fato, pela reflexão, pelo pensamento crítico e pelo aprendizado?



Informações de: http://revistaforum.com.br/spressosp/2013/02/governo-estadual-altera-curriculo-do-ensino-fundamental/

Grupo do facebook de pessoas contra a reformulação: http://www.facebook.com/events/457169134354596/?ref=notif&notif_t=plan_user_joined

Petição contra a reformulação http://www.peticaopublica.com/?pi=P2013N37151

6.3.13

Nota Sobre a Morte de Hugo Chávez


Morre, aos 58 anos, nesta terça-feira, dia 05 de março, um dos líderes do povo da América Latina. Sem dúvida, Chávez cumpriu um papel muito importante na história da luta do povo venezuelano, que é representada pelos avanços vividos pelo trabalhadores e trabalhadoras da Venezuela. O Movimento Resistência entende a importância de lutadores como Chávez, que se levantam para lutar por um mundo justo para todas e todos, e, por isso, lamenta o fim de uma vida repleta de combates e vitórias.


Gostaríamos de relembrar um episódio, em abril de 2009, quando Chávez presenteou o presidente dos EUA, Obama, com um livro de Eduardo Galeano: "As veias abertas da América Latina", ação que representa a postura de Chávez de defender e se responsabilizar pela denúncia do saque dos países latino-americanos que acontece há séculos.



12.2.13

Audiência sobre relação da FIESP e do Consulado dos EUA com Ditadura Militar no Brasil

  A Comissão da Verdade de São Paulo encontrou documentos no Arquivo Público do Estado de São Paulo que apontam a relação entre membros da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP - e do Consulado dos EUA com os órgãos da repressão da ditadura militar brasileira. No dia 18 de fevereiro a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva” fará uma audiência pública na qual irá apresentar os documentos oficiais da ditadura militar encontrados, a partir das 14 horas, no Auditório Paulo Kobayashi na Assembleia Legislativa de São Paulo.

 Os documentos são registros de entrada e saída de funcionários e visitantes do prédio do antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Determinadas pessoas entravam no prédio a noite e saíam pela manhã, justamente no local no qual aconteciam torturas contra os presos políticos da ditadura.


   O que é a Comissão da Verdade?


   Comissão Nacional da Verdade é o nome de uma comissão brasileira que visa investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988 no Brasil por agentes do estado. A lei que a institui foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 18 de novembro de 2011e foi instalada oficialmente em 16 de maio de 2012.
   A comissão possui o direito de convocar vítimas ou acusados das violações para depoimentos, ainda que a convocação não tenha caráter obrigatório e também a ver todos os arquivos do poder público sobre o período. A comissão deverá colaborar com as instâncias do poder público para a apuração de violação de direitos humanos, além de enviar aos órgãos públicos competentes dados que possam auxiliar na identificação de restos mortais de desaparecidos. Também identificará os locais, estruturas, instituições e circunstâncias relacionadas à prática de violações de direitos humanos e também eventuais ramificações na sociedade e nos aparelhos estatais.
  A Comissão da Verdade foi uma vitória muito grande para avançar na punição dos torturadores e assassinos desse período, porém apenas com mobilização social conseguiremos que as provas levantadas pela Comissão sejam utilizadas no julgamento e punição dos responsáveis pela ditadura fascista que tomou o Brasil.

Calendário da Comissão da Verdade de SP para fevereiro:


Acompanhe a Programação das Audiências Públicas que serão realizadas pela Comissão da Verdade de SP no mês de fevereiro. Todas as audiências serão realizadas na Assembleia Legislativa de SP.

19/02, terça-feira, 10h - Caso Aylton Mortati - Auditório Teotônio Vilela (1º andar)

20/02, quarta-feira, 15h - Caso Fernando Santa Cruz - Auditório Paulo Kobayashi (Piso Monumental)

21/02, quinta-feira, 10h - Caso Edgar Aquino Duarte - Auditório Teotônio Vilela (1º andar)

21/02, quinta-feira, 14h - Caso Dênis Casemiro - Auditório Teotônio Vilela (1º andar)

25/02, segunda-feira, 10h - Casos Ablilio Clemente Filho e Aluísio Palhano Pedreira Ferreira - Auditório Teotônio Vilela (1º andar)

26/02, terça-feira, 10h - Casos Honestino Monteiro Guimarães, José Maria Ferreira Araújo e Paulo Stuart Wright - Auditório Teotônio Vilela (1º andar)

27/02, quarta-feira, 10h - Casos Luiz Almeida Araújo, Issami Nakamura Okano - Auditório Teotônio Vilela (1º andar)

28/02, quinta-feira, a partir das 10h - Casos Davi Capistrano, Elson Costa, Hiram de Lima Pereira, João Massena Melo, José Montenegro de Lima, José Roman, Luiz Ignácio Maranhão Filho, Nestor Vera e Walter de Souza Ribeiro - Auditório Teotônio Vilela (1º andar)